"Não para ocupar, mas para libertar Gaza": Netanyahu defende os planos militares de Israel em meio a crescentes críticas; chama 7 de outubro de "o ataque mais horrível contra judeus desde o Holocausto"

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na sexta-feira que Israel não pretende ocupar Gaza, mas sim "libertá-la" do Hamas e apoiar o estabelecimento de um governo civil pacífico. Suas declarações foram feitas durante uma conversa telefônica com o chanceler alemão, Friedrich Merz, de acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro publicado no X. Os comentários de Netanyahu ocorrem em meio a crescentes críticas após a aprovação, pelo gabinete de segurança de Israel, de um novo plano militar que envolve a tomada da Cidade de Gaza. O anúncio gerou reações negativas tanto no país quanto no exterior. "Não vamos ocupar Gaza – vamos libertar Gaza do Hamas", disse Netanyahu. “Gaza será desmilitarizada e uma administração civil pacífica será estabelecida, uma que não seja a Autoridade Palestina, nem o Hamas, nem qualquer outra organização terrorista. Isso ajudará a libertar nossos reféns e garantirá que Gaza não represente uma ameaça a Israel no futuro.” Netanyahu também expressou sua decepção a Merz durante a ligação com a decisão da Alemanha de suspender as exportações de armas para Israel. “Em vez de apoiar a guerra justa de Israel contra o Hamas, que realizou o ataque mais horrível contra o povo judeu desde o Holocausto, a Alemanha está recompensando o terrorismo do Hamas com o embargo de armas a Israel”, declarou seu gabinete. O plano atualizado para "derrotar" o Hamas inclui a tomada do controle da Cidade de Gaza pelas forças israelenses. O governo de Netanyahu delineou cinco princípios para o futuro de Gaza, incluindo a desmilitarização e a criação de uma autoridade civil alternativa. Netanyahu disse à Fox News que Israel não pretende governar Gaza a longo prazo, mas sim estabelecer um "perímetro de segurança" e entregar o controle às forças árabes capazes de manter a estabilidade. O plano foi recebido com fortes críticas em todo o mundo, informou a AFP. China, Turquia, Grã-Bretanha, vários países árabes e o Chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas expressaram preocupações. O Hamas descreveu a medida como um "novo crime de guerra". Enquanto isso, em uma mudança política significativa, a Alemanha suspendeu as exportações militares para Israel, alegando preocupações com seu potencial uso em Gaza. O chanceler Friedrich Merz afirmou ser "cada vez mais difícil entender" como as ações mais recentes de Israel corroboram seus objetivos declarados. No mês passado, o exército israelense alegou controlar cerca de 75% da Faixa de Gaza. Israel ocupou Gaza de 1967 até sua retirada em 2005.